Cronicas


Ser Emigrante

Tinha já decidido qual o tema da minha segunda cronica para os Lusitanos de Oxford. Arreguecei as mangas e... comecei. E como se não senti-se na pele o que é ser Emigrante, resolvi consultar o Wikipédia muito talvez por não ter a ponta do fio das muitas ideias que me estavam bombardeando querendo passar da minha caixinha de neurónios para o paragrafo inicial deste texto, a ver o que diz então, sem supresas li - Emigrante é: "o que sai do seu País".
Mas este rotulo é um pouco mais do que isso.Depois de reflectir algum tempo resolvi alterar , completar o significado que acabara de ver na Wikipédia. Emigrante é o que sai do seu país ... mas que o leva consigo no peito, guardando cada gosto, cada cheiro e cada cor; é o que dá valor ao que o seu país tem de bom pois se encontra privado disso; é o que deita uma lágrima em dias de solidão e a guarda só para si; é o que vê e sente a sua pátria e as suas gentes como ninguém...porque a nossa terra é sempre a nossa terra.

A dada altura das nossas vidas todos nós que nos ocupamos a ler estas linhas saímos da nossa zona de conforto, do nosso cantinho. Perdemos momentos únicos e perfeitos que até então não lhe dávamos o devido valor, mas que agora sentimos a falta como se de um membro do nosso corpo se tratasse. Momentos especiais com a família e amigos, abraços nas horas felizes, e nas menos felizes. São festas , festivais, natais, aniversários, casamentos, idas á praia no Verão, as tardes domingueiras, a semana da Páscoa, àquelas brigas engraçadas entre familiares que agora são vividas sem a nossa presença. São amigos e conhecidos que serão esquecidos.
Será que vale a pena ser emigrante? Sim, sempre. Vale pelas experiências que vivemos, os conhecimentos que obtemos, as diferentes culturas que conhecemos, as diferentes línguas que aprendemos a falar. E pelo valor que passamos a dar aquilo que é nosso , ao nosso cantinho , ao nosso Pais.

Ser Emigrante... podia muito bem ser um verso ou o início de mais uma musica do Jorge Ferreira , ou do Tony Carreira... mas não! É esta coisa de estarmos longe do nosso País e depois ter saudades.... saudades do cheiro a mar , da maresia a nos lavar o rosto, do gosto por aquele prato que por mais que tentamos não o conseguimos reproduzir …. são saudades de pisar as pedras das calçadas..., de estar com a família na terra, de não precisar de nada, nem de ninguém para chegar onde pretendemos. Não sei de onde isto veio, esta coisa de, porque estou longe, enamorar-me perdidamente pelo meu País. Mas se pararmos e pensarmos a solução para os nossos Países pode muito bem vir de fora e não me estou a referir a qual Troika ou FMI mas sim a uma forca colectiva de Emigrantes que defendem com unhas e dentes o nosso Pais. Aumentando a reputação e grandeza deste. Pois gosto de ser emigrante e gosto do meu País.


Ser Lusitano

Lusitanos... Ser Lusitano... mas que significa isto afinal ?..Foi procurando responder a esta pergunta que acertei os contornos desta minha primeira rubrica para os LUSITANOS DE OXFORD. Lusofonia e o conjunto de identidades culturais existentes em países, regiões, estados ou cidades falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guine-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tome e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. Portanto poderíamos acrescentar sem temer que se trata de sentimentos de identidade que são comuns a todos aqueles que espalhados pelos diversos pontos do universo partilham do facto de falar a mesma língua Portuguesa. Contando os falantes da língua portuguesa em países não lusófonos, temos mais de 250.000.000 de falantes da lusofonia. A língua portuguesa esta geograficamente distribuída em praticamente todos os continentes do mundo.Esta expandiu-se pela forca e arrojo do seu povo falante. Viajou nas Caravelas dos Descobridores.  Hoje a língua viaja de avião e nas asas das ondas hertzianas pela Internet, pela radio e televisão. A língua portuguesa e motivo de orgulho: confere status e auto-estima ao falante. E este pequeno grupo aqui em Oxford no Reino Unido, faz parte desta identidade e como tal deve-se orgulhar disso mesmo. Deixando de bairrismos que não nos levarão a lugar algum. Pois Lusofonia vai alem das linhas territoriais, de divisões físicas, vai alem fronteiras. Termino esta minha primeira cronica com uma expressão que ficou imortalizada e que continua a fazer todo o sentido de  Fernando Pessoa  ; " Minha Pátria e a língua portuguesa".

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