Julen Lopetegui, um basco de 47 anos, foi hoje anunciado como o novo treinador principal do FC Porto a partir de 2014/15, no culminar de uma época que terminará sem títulos para os "azuis-e-brancos" (um terceiro lugar assegurado na Liga) e que começou com o português Paulo Fonseca à frente dos destinos da equipa
O último estrangeiro no Dragão foi o holandês Co Adriaanse, na época 2006/07. Desde então ocuparam o cargo Jesualdo Ferreira (entrou a meio dessa época e ficou em funções até 2009/10), André Villas-Boas (2010/11), Vítor Pereira (2011/12 e 2012/13), Paulo Fonseca (2013/14) e Luís Castro (interino desde o último terço desta época).
Por outro lado, é preciso recuar a 2004/05 para ver um espanhol a comandar o FC Porto. Após um início conturbado com o italiano Luigi del Neri, despedido sem orientar um jogo oficial, foi contratado Victor Fernandez, que conquistou uma Supertaça e a última Taça Intercontinental da história, mas acabaria substituído em fevereiro de 2005.
Nos adversários do FC Porto, e analisando o mesmo período de tempo, os cenários são muito diferentes. Em 2004/05, o Benfica já era treinado por um estrangeiro - o italiano Giovanni Trapattoni - que entrava para substituir o espanhol José António Camacho.
O italiano sagrou-se campeão e saiu do clube, sendo substituído pelo holandês Ronald Koeman, que ficou uma época e deu lugar ao português Fernando Santos. Desde então passaram mais dois espanhóis pela Luz: Camacho regressou a meio da época 2007/08 e Quique Flores entrou na seguinte. O português Jorge Jesus começou na época 2009/10 e mantém-se em funções até agora.
Já no Sporting, desde 2004/05 apenas houve um estrangeiro, o belga Franky Vercauteren, que no decorrer da época passada substituiu Sá Pinto e não a terminou, sendo rendido por Jesualdo Ferreira.
O regresso de um treinador estrangeiro a um dos "grandes" é visto como algo normal pelo presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, José Pereira, que no entanto enaltece a qualidade e a competência dos treinadores portugueses.
"De há uns anos a esta parte não se verificava termos treinadores estrangeiros em Portugal, mas temos de admitir e receber as pessoas com a dignidade que os treinadores merecem", considerou José Pereira ao ser questionado sobre o assunto.
Na época 2012/13, o campeonato arrancou com um pleno de treinadores portugueses nos 16 clubes que compunham a I Liga. A presente arrancou com apenas um estrangeiro, Mitchell van der Gaag no Belenenses, e termina da mesma forma, com o italiano Giuseppe Galderisi no Olhanense.
"Os nossos treinadores são muito competentes. Nós temos cerca de 200 treinadores no estrangeiro. Tivemos um treinador na meia-final da Liga Europa, que agora vai à final, tivemos um treinador português que esteve na meia-final da Liga dos Campeões, temos três treinadores portugueses no Campeonato do Mundo. Isto reflete naturalmente a capacidade, a competência dos treinadores portugueses", disse José Pereira.
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