Há muito que Portugal não vivia o momento que Cristiano Ronaldo protagonizou, aos 95' do jogo com a Dinamarca, precisamente o derradeiro minuto do desafio de Copenhaga.
O capitão da equipa das quinas decidiu proporcionar a Fernando Santos a melhor estreia em jogos oficiais como seleccionador nacional e premiou a aposta com "pinças" que o Engenheiro que rendeu Paulo Bento decidiu fazer durante a segunda parte.
Sim, porque o golo teve carimbo do homem que aterroriza os escandinavos - lembram-se, suecos? - mas a assistência foi de Ricardo Quaresma, colocado em campo precisamente por Fernando Santos.
De forma dramática, lá surgiu corolário lógico de uma partida que só teria um vencedor, Portugal e que demonstrou claramente o ponto final num passado de ausência de sorte e de muito "fado" lusitano, abrindo a porta para uma nova era na equipa das quinas.
Já na primeira metade a Selecção merecia ter estado em vantagem, com Ronaldo e Nani perto da abertura do activo. Somente Khron-Dehli ameaçou verdadeiramente a baliza à guarda de Rui Patrício, com uma bola enviada ao poste.
Na etapa complementar, a gestão do esforço, da emoção e ainda de alguns "fantasmas" que pairavam já sobre o teimoso e nefasto nulo foram combatidas a partir do banco.
E quanta importância teve a presença, no banco, de um homem de coração quente mas igualmente detentor de uma frieza digna dos melhores analistas.
João Mário, Éder e Quaresma foram lançados para os lugares de Nani, Tiago e Danny - deram tudo na primeira metade, mas "arrastaram-se" em campo na etapa complementar -, entraram "frescos" em campo e combateram com superioridade diante de uma formação nórdica que acusava já o natural desgaste da boa circulação de bola lusa.
Quaresma foi decisivo. Ronaldo foi preponderante. Menos de um ano depois do "assalto" a Estocolmo, que carimbou o apuramento para o Mundial 2014, o capitão da Selecção voltou a encantar e a fazer saltar 10 milhões de portugueses.
A caminhada para o Euro 2016 está agora relançada, com Portugal no terceiro lugar provisório do Grupo I. Tudo é possível, a partir de agora. Assim o queiram Fernando Santos e os jogadores da Selecção.
Fernando Santos sublinha "atitude fabulosa" da Selecção
Fernando Santos não escondeu a felicidade pela estreia vitoriosa, em jogos oficiais, como novo seleccionador de Portugal. Após o dramático e tardio triunfo sobre a Dinamarca (0-1), o técnico não poupou nos elogios feitos à equipa das quinas.
"Graças a Deus conseguimos vencer, naquela que espero que seja a primeira de muitas vitórias. Creio que foi uma vitória justíssima, onde estivemos muito bem na primeira parte. Nessa fase, perdemos um pouco o domínio e levámos uma bola ao poste. Mesmo assim, a equipa procurou sempre a vitória. Depois, mesmo no fim, o Cristiano aproveitou um cruzamento do Quaresma. Ele teve outras, mas nessa altura a bola não quis entrar", começou por analisar Fernando Santos, em declarações à RTP.
Confrontado com a boa exibição de Ricardo Carvalho no regresso à titularidade na Selecção, o treinador preferiu não individualizar, estendendo o discurso a todo o grupo.
"A equipa esteve muito bem. Não devemos individualizar, mas quero destacar uma atitude e uma entrega fantástica. É muito difícil jogar aqui, mas fizemo-lo com uma atitude fabulosa", argumentou.
Mais um recorde para orgulho do CR7
Cristiano Ronaldo juntou-se ao turco Hakan Sukur e ao dinamarquês Jon Dahl Tomasson como um dos três avançados que mais golos apontou em fases de qualificação e fases finais de Europeus.
Ao decidir a vitória da Selecção Nacional sobre a Dinamarca, com um tento apontado no último minuto dos descontos, o CR7 assinou o 22º golo do seu currículo, ao nível europeu, pela equipa das quinas.
RICARDO CARVALHO
"Vitória para ganhar confiança"
Ricardo Carvalho sentiu-se bem e feliz, no regresso à titularidade na Selecção Nacional, tendo feito parte da equipa que venceu a Dinamarca (0-1), esta terça-feira.
"Trabalhámos muito durante toda a semana, sabendo que era importante vencer aqui, depois de um jogo menos bem conseguido em casa, onde perdemos. Importante segundo jogo, principalmente por ser na Dinamarca. E vencemos graças à atitude dos meus colegas, e depois com o golo do Cristiano [Ronaldo], que resolveu o jogo", analisou o veterano central, em declarações à RTP.
"Sabíamos da importância deste jogo e, não podendo ganhar, era bom não perder. É uma vitória para ganhar confiança e a equipa vai crescer seguramente", completou o defesa do Mónaco.
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