Friday, 6 June 2014

PORTUGAL 1 MEXICO 0

Nota prévia, em jeito de prefácio: foi um teste. Daqui a nove dias, tudo poderá estar diferente, tudo poderá correr bem ou mal, poderemos estar a sorrir ou a começar a fazer contas.

Esta madrugada, há motivos para falar de um jogo de preparação com um desfecho que tem saldo positivo e não falamos somente do resultado.

Apesar de a magra vitória por 1-0 ter sido bem melhor do que a exibição - qual fado lusitano - houve atitude, houve vontade - sobretudo durante a primeira parte - e houve resiliência perante um adversário densamente fechado no capítulo defensivo e que pouco espaço concedeu à equipa das quinas.

Mas continua a faltar qualquer coisa. Que é como quem diz: Ronaldo, Pepe e Meireles. É bom que recuperem a tempo para "engordar" em quantidade e qualidade as opções de Paulo Bento, que está claramente a preparar os seus homens para um futebol diferente do até agora demonstrado pela Selecção e que conta, na baliza, com três guarda-redes de enorme qualidade. Sim, porque Eduardo foi absolutamente magistral, esta noite, assumindo-se como o melhor em campo. Já vai perceber porquê.

Foxborough como tubo de ensaio
Neto, André Almeida, Vieirinha e Éder, lançados no onze, faziam parte da estratégia montada por Paulo Bento, na lógica das "soluções" a testar para o Mundial do Brasil.

Mas o seleccionador tinha mais "trunfos" na manga. Inédito (ou não?), Coentrão surgiu como médio-interior, ao lado de Veloso e Moutinho, tocando a André Almeida manter-se como lateral-esquerdo, tal como havia acontecido frente à Grécia. 

Com o vila-condense na linha média, houve mais capacidade de desequilíbrio e Portugal começava a entrar na mudança de ADN que Bento está a tentar preconizar. Acusada constantemente de ser uma equipa mais balanceada para jogar em contra-ataque, somente com uma referência ofensiva chamada Cristiano Ronaldo, a Selecção exibiu, frente aos norte-americanos, futebol apoiado, de posse, com constantes "cercos" à baliza contrária.

Ganhou argumentos no desequilíbrio e no 1x1, onde Vieirinha, Nani, Coentrão e Moutinho levavam constantemente a melhor. Na frente, Éderzito dá aquilo que Postiga não dá: mobilidade, confusão na marcação individual do outro lado e procura espaço para rematar. Fê-lo por duas ocasiões e esteve perto de marcar.

Eduardo "mãos de cimento" contra armada mexicana
Fosse pelo relvado ou pelo natural estado de fadiga de vários jogadores, cuja época foi intensa, a segunda metade mostrou uma Selecção uns furos abaixo do que havia demonstrado na etapa inaugural.

Aproveitaram os mexicanos para "sacudir" a pressão e para subirem linhas, aproveitando igualmente alguma indefinição defensiva do adversário.

Herrera, por duas ocasiões e ainda Pulido - este isolado - experimentaram o sabor de um golo "cantado" que acabou por ser evitado por um gigante minhoto.

Eduardo, sóbrio e concentrado, foi evitando aquilo que muitos poderiam considerar inevitável. E abrir caminho para o lance fulcral da noite.

Alves. Bruno Alves
E, aos 93', contra todas as previsões, um livre bem cobrado por Moutinho para dentro da área e, ainda antes da marca de "penalty", um desvio potente de cabeça. É ele, é campeão turco, é o capitão das quinas na ausência do "CR7". Ochoa fez-se ao lance, mas a bola levava selo de golo. E o nulo foi desfeito no último minuto da partida.

Faltam nove dias para o duelo com a Alemanha. Pelo meio, a 11 de Junho, Portugal terá o último particular de preparação para o campeonato do mundo, frente à República da Irlanda.

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