A aposta, na "mouche", em Ricardo Quaresma, desbloqueou um teimoso e enervante nulo que se aguentou no marcador até aos 72', abrindo caminho para o golo triunfal do recordista Cristiano Ronaldo, que se tornou no melhor marcador de sempre em campeonatos da Europa, incluindo fases de apuramento e fases finais.
Com a vitória desta noite e, ainda, com o triunfo da Dinamarca sobre a Sérvia (1-3), Portugal sobe ao segundo lugar, em zona de acesso directo à fase final do Euro 2016, mantendo-se a um ponto dos nórdicos, que lideram o Grupo I. E com um bónus: tem menos um jogo do que os dinamarqueses.
O horizonte é agora bem mais reluzente.
Do 3x3x4 e dos "gajos" desinspirados...
Diante do 75º classificado do "ranking" da FIFA, não se compreendeu a ansiedade e a sofreguidão com que a equipa das quinas abordou a totalidade da primeira parte, cometendo erros nas transições e expondo-se com perdas de bola escusadas.
Sim, é certo que o modelo do suíço Bernard Challandes forçava os arménios a manterem-se em "bloco", totalmente atrás da linha da bola. Mas há qualidade para "inventar" caminhos alternativos para a baliza de Berezovski. Portugal só não conseguiu parar, respirar e pensar na construção.
Por isso, não admira que, perante a desinspiração de Ronaldo, Postiga e Nani, somente Raphael Guerreiro - bela estreia nos "AA" - e Moutinho fossem insuficientes para remar contra a maré.
O 3x3x4 com o qual gracejou Fernando Santos, na antevisão do jogo, até se confirmou. Os jogadores - ou "gajos", como enfatizou o seleccionador - é que não perceberam.
... à lógica do "pau" que Quaresma levou para o campo
Aí vai um parágrafo para a arbitragem desastrada da equipa liderada pelo grego Anastasios Sidiropoulos. Duas grandes penalidades ficaram por marcar a favor de Portugal. Mas nem esses condicionalismos, que começam a ser constantes para equipas lusas, impediram a vitória merecida para as quinas.
Fernando Santos tinha referido que a conquista dos três pontos era imperiosa. Nem que fosse com um "pau". Perante um oponente encerrado sobre si próprio, bem foi preciso.
O técnico leu bem o jogo, introduziu frescura, força, técnica e desequilíbrio ao colocar Éder e Quaresma em campo. E tudo ficou bem.
A jogada do golo é um exemplo paradigmático de intensidade e imponência. Nani descobriu o Mustang na área, que disparou, em primeiro lugar, para defesa de Berezovski. Na recarga, com confusão, Ronaldo assumiu a braçadeira de capitão e empurrou para o 1-0 final e para novo recorde. E Quaresma, à semelhança do que tinha acontecido frente à Dinamarca, voltou a ser decisivo.
Portugal até esteve em dificuldade nos últimos minutos do desafio. Mas já era a fase de descompressão e de exigência para lá dos limites aos jogadores nacionais. Que acabaram por aguentar.
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