Monday, 14 April 2014

Que sentem os portugueses sobre o 25 de Abril? “Orgulho”

Um estudo revela que 40 anos depois do 25 de Abril, "orgulho" é a palavra mais escolhida pelos portugueses para descrever o que sentem quando pensam na Revolução dos Cravos, seguida a larga distância de "patriotismo" e "indiferença". 

De acordo com um estudo do Instituto de Ciências Sociais, semanário Expresso, Sic Notícias e Fundação Calouste Gulbenkian, sobre "O 25 de Abril 40 anos depois", 31% dos inquiridos escolheram a palavra "orgulho" para definir o que sentem quando pensam na Revolução dos Cravos. 

De acordo com o inquérito, 12% preferiram responder "patriotismo" ou "indiferença", enquanto 8% optaram pelas palavras "saudade" ou "tristeza". 

"Incompreensão", "liberdade", "desconforto", "outros sentimentos positivos", "medo" e "raiva" recolheram entre quatro e um por cento das respostas. 

De igual modo, à pergunta se a forma como se levou a cabo a transição para a democracia constitui motivo de orgulho para os portugueses, 79% dos inquiridos respondem que sim, contra o não de apenas 12%. 

Actuação de políticos e militaresSobre a actuação de políticos e militares no processo de transição política em Portugal, o antigo Presidente da República Ramalho Eanes é quem recolhe mais opiniões favoráveis entre os inquiridos, com 66% a considerarem-na positiva, 18% tão positiva como negativa e apenas 5% a responderem que foi negativa. 

Em 2004, altura em que foi realizado um estudo similar, o antigo primeiro-ministro Sá Carneiro foi a personalidade escolhida pela maioria dos inquiridos, com 64%de opiniões positivas. 

Nestes 10 anos, o ex-Presidente da República Mário Soares desceu várias posições, passando do segundo lugar (com 58% de opiniões positivas) para quarto lugar (com 38%). 

Pelo contrário, Otelo Saraiva de Carvalho, que em 2004 tinha sido escolhido por apenas 27%dos inquiridos, agora foi apontado por 37% como tendo tido uma actuação positiva. 

Mário Soares é, contudo, o único protagonista do 25 de Abril reconhecido por 100% dos inquiridos. Mais de 90% admitem também saber quem são Sá Carneiro, Álvaro Cunhal e Ramalho Eanes. 

Consequências mais positivas que negativasConsiderado o facto mais importante para a história de Portugal por 59% das pessoas que responderam ao inquérito, o 25 de Abril é também visto pela maioria dos inquiridos (58%) como algo que teve mais consequências positivas que negativas. Para 38% as mudanças foram mais positivas que negativas e apenas 14% aponta que existiram mais mudanças negativas do que positivas. 

Corrupção (77%), criminalidade e insegurança (81%) e desemprego (79%) são os três aspectos que para a esmagadora maioria dos inquiridos pioraram. Pelo contrário, para 75% a habitação melhorou, assim como a assistência médica (70%) e a educação (69%). 

O inquérito, divulgado hoje na conferência "25 de Abril 40 anos depois" que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, foi realizado pela GfK Metris durante o mês de Janeiro, junto de uma amostra representativa da população com 15 ou mais anos residente em Portugal Continental, constituída por um total de 1254 inquiridos. 

A informação foi recolhida através de entrevista directa e pessoal.

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