O primeiro-ministro britânico desloca-se esta semana a Espanha, França e Alemanha para defender a reforma da União Europeia (UE), tendo em vista o referendo que prometeu organizar, até 2017, sobre a permanência do Reino Unido nos 27. Em entrevista dada a cinco dos principais jornais europeus, David Cameron, garante querer "aproximar a Europa dos seus cidadãos".
Cameron começa por Madrid, onde chegou esta manhã e se vai reunir com o homólogo espanhol, o conservador Mariano Rajoy, naquela que é a primeira visita oficial do primeiro-ministro britânico a Espanha, desde que iniciou funções em 2010.
À tarde é esperado em Paris, para um jantar com o presidente francês, o socialista François Hollande e, "no final da semana", Cameron vai a Berlim para um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, de acordo com um comunicado de Downing Street.
Na bagagem, Cameron leva como principal objetivo "fazer avançar o programa de reformas" da UE, explica o comunicado, ainda que o chefe do governo britânico pretenda debater também a guerra civil na Síria.
Uma Europa mais competitiva e flexível
Na entrevista aos cinco jornais, incluindo o "Le Monde", Cameron recusa falar numa lista prévia de medidas, mas insiste na vontade de reformar a UE num sentido "mais competitivo e mais flexível", nomeadamente para responder a países como "a Índia, a China, a Indonésia e a Malásia".
"Pensamos que a UE reagiu, por vezes, de forma excessiva com diretivas, intervenções, ingerências? Sim. E isso precisa de mudar", afirma.
Sobre as acusações de pretender um tratamento favorável para o Reino Unido, David Cameron recusa ser essa a sua intenção, sublinhando que é seu desejo que "as reformas propostas, incluindo as alterações à directiva sobre horário de trabalho, se apliquem a todos os Estados membro".
"Devemos fazer reformas. E devemos começar já", conclui David Cameron, referindo-se ao acordo sobre a descida - histórica - do orçamento plurianual da UE, concertado pelos 27 em fevereiro.
Quanto à situação na Síria, o primeiro-ministro britânico pretende ver reduzido o embargo de armas ao país, de forma a poder ser fornecido armamento aos opositores do regime.
Fonte: http://expresso.sapo.pt
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