"O Governo tem toda a legitimidade para continuar", apesar da demissão de Miguel Relvas, disse hoje o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no final da inauguração das novas unidades processuais da refinaria da Galp em Sines.
Cavaco justificou a confiança no Governo com a rejeição da moção de censura apresentada pelo PS na quarta-feira e ressalvou que tem sido "a pessoa que mais tem defendido o entendimento entre as forças partidárias". Contudo, lamentou que "nos últimos tempos tenha aumentado o afastamento entre a oposição e a coligação governativa, o que não é bom para Portugal".
O chefe de Estado lembrou ainda que vêm aí eleições autárquicas e europeias, o que inviabilizará eleições legislativas antecipadas.
"Não tenho nenhuma indicação de que esteja na proximidade um [novo] ato eleitoral. E os portugueses não podem esquecer que quando chegarmos ao verão já estará no terreno a campanha eleitoral para as eleições autárquicas e menos de um ano depois estaremos a viver as eleições para o Parlamento Europeu", disse Cavaco Silva.
Relativamente a Miguel Relvas, o Presidente da República revelou que foi informado "atempadamente" sobre a demissão do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e que a decisão da sua substituição é da competência do primeiro-ministro.
"Espero que o Ministério da Educação não deixe de ser rigoroso para afirmar a exigência e a qualidade do nosso ensino", acrescentou sobre a licenciatura de Relvas, obtida na Universidade Lusófona.
Quanto à decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado, Cavaco não quis especular. "Temos de aguardar com toda a serenidade e tranquilidade uma decisão", disse.
Fonte: http://expresso.sapo.pt
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