Thursday, 20 March 2014

Kiev “responderá militarmente” se houver outras anexações russas

A Ucrânia garante que responderá militarmente a qualquer tentativa de anexação por parte da Rússia dos territórios russófonos na região leste do país, mas Moscovo já garantiu que não tem qualquer intenção de o fazer, avançou a France Presse.
Em Bruxelas, o primeiro-ministro ucraniano Arseni Iatseniouk, citado pela página oficial do Governo ucraniano, advertiu de forma oficial a Rússia.
"Responderemos firmemente e com recurso a meios militares a qualquer tentativa de atravessar a fronteira das tropas russas ou de anexação das regiões do leste ou outras", declarou o chefe do Governo ucraniano, citado pela agência noticiosa AFP.
No entanto, em conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, negou qualquer intenção russa de invadir o leste ucraniano.
Do lado ucraniano, o primeiro-ministro sublinhou hoje também que o problema da anexação da península da Crimeia pela Rússia ultrapassou largamente o quadro das relações russo-ucranianas e apelou a uma "resposta adequada" do Ocidente. "A Rússia violou o direito internacional e minou o acordo de não-proliferação nuclear. A Rússia fez um assalto à mão armada de um país vizinho independente. O Ocidente deve dar uma resposta adequada", considerou o chefe de Governo ucraniano.
A república autónoma da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo e Kiev desde a destituição, em Fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo ucraniano e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
Vladimir Putin assinou na terça-feira um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da república autónoma ucraniana da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo
A Ucrânia está a preparar um plano de retirada dos militares e das suas famílias da Crimeia, confirmou o chefe de segurança de Kiev.
Andriy Parubiy disse à BBC que gostaria que essa transferência para a Ucrânia se desse “rápida e eficientemente”.
De recordar que esta quarta-feira forças pró-russas tomaram duas bases navais, incluindo o quartel-general da Ucrânia na Crimeia.
Este avanço surge um dia depois dos líderes da Crimeia terem assinado um tratado com Moscovo em que a Rússia absorve a península no seguimento de um referendo em que a votação foi esmagadoramente favorável ao “sim”.
Depois de semanas de manifestações em Kiev contra o Presidente eleito pró-russo, em que morreram mais de 80 pessoas, Viktor Yanukovich foi deposto e a Ucrânia passou a ter um Presidente e um Governo provisórios. Esta mudança não agradou a Moscovo que decidiu avançar para a Crimeia com o pretexto de defender a maioria de habitantes, que é russa.
A comunidade internacional tem estado ao lado do novo Governo de Kiev e tem tentado travar o avanço russo. A situação continua tensa no terreno e esta quarta-feira morreram pelo menos dois militares.
O chefe da Marinha de Kiev na Crimeia estará ainda detido, o que levou o Governo ucraniano a fazer um ultimato ao Executivo da Crimeia exigindo a sua libertação.

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